16/04/2016

Coisas da "república refundada" pelos intocáveis da Lava Jato



Postei este video no GGN

O termo "refundar a república" foi uma das pérolas que a força-tarefa mostrou na telinha da Globo..,.,..

Esse bando de malfeitores formado por magistrados, promotores, delegados da PF, Cunha, Janot, Globo, essa camarilha que tomar tomar de assalto o gordo cofre deste pais, vejam só no que deu o empoderamento destas Instituições nos últimos anos: para ajudar
ratos a fugirem da ratoeira.

Esse republicanismo que presenciamos nos últimos anos pegaria muito bem num pais escandinavo mas não na Terra Brasilis. onde a população não sabe  a diferença entre política neoliberal [programa dos golpistas] e desenvolvimentista com conteúdo nacional (implementada a partir de 2003), como também não tem noções básicas de geopolítica e interesses estratégicos de um pais, o que, por exemplo, os nossos operadores do Direito não tem.



Não somente a população em geral não tem noção disso que é básico para que qualquer pais exista como grande nação, como também os concurseiros que ocupam cargos nessas Instituições também não sabem, pois se soubessem não teria levado o país aonde levaram, o Janot/PGR não teria corridos para os EUA para entregar  a Petrobrás para os americanos e na volta, trazendo informações que a Lava Jato usou para prender o Comandante Oton e assim detonar o projeto do submarino movido a propulsão nuclear, entendo a complexidade do problema, tudo bem, mas se nós não compreendemos isso os americanos entendem muito bem do babado, pois entra Bush ou Cliton, não descontinua o pais como nessa terrinha onde, volta e meia, tudo é detonado, tudo é zerado para recomeçarmos com o que de pior existe na politica nacional.

Na verdade temos uma zelite zelote traidora que, nesta véspera de Tiradentes, mais uma vez se dobram diante da Corte. Tudo bem, esse bando de Joaquim Silvérios dos reis fazem o trabalho sujo para as costumeiras "forças ocultas", mas em troca tem lá suas recompensas, como isso que estamos presenciando, ou seja, bandidos em fuga para depois, em terreno seguro serem blindados pelos meios de comunicação que, como disse,  cuidarão de  mudar a narrativa e o povo esquecerá do assunto, pois é isso o que ocorrerá se esses golpistas tiverem êxito: de imediato a palavra corrupção não será mais pronunciada no JN, pois que esse pais passará a ser governados por santos do tipo Cunha, Temer, Caiado, Zé Agripino, Paulinho da Força, Jovair...e com a ajuda do MP que como disse, "refundou" a tal república das virgens imaculadas.


Nesta véspera de feriado de Tiradentes é triste constatar que temos a mesma zelite zelote de sempre, que vende nosso pais por qualquer 30 dinheiros, o colonizador nem precisa gastar mísseis para dominar, prá que se temos esses promotores, parlamentares, magistrados e delegados da PF como estes que preparam o assalto ao povo brasileiro.

Dellagnol, Moro, Aluysio Nunes...
Cada semana tem um golpista nos states cheirando a bunda suja do Tio Sam
Enquanto os EUA sabem muito defender o interesse nacional, tanto que engoliram seco uma eleição de Bush fraudada sem pedir impixam, nosso pais tem essa direita que, como nenhuma outra no mundo, é entreguista e anti-nacional, um bando de aves de rapina isso sim.
Golpista entrincheirados em SP, aliás, como sempre SP, o que não quer dizer que os paulistas sejam assim, claro não, mas aquela elite escravista é a mesma do período colonial

"No mais duro pronunciamento já feito em seu governo, a presidente Dilma Rousseff bateu duro no golpe em curso no País e mandou recados tanto para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como para o vice-presidente Michel Temer; "Meu nome não está em nenhuma lista de propina", afirmou Dilma, que disse ser vítima da "maior fraude jurídica e política da história de nossa país"; sobre Temer, ela fez um alerta; "Os golpistas já disseram que se conseguirem usurpar o poder será preciso pedir sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade?"; ela denunciou ainda a tentativa de entregar a força o pré-sal às empresas estrangeiras e abolir programas sociais, como o Bolsa-Família e o Minha Casa, Minha Vida; "Fora do voto, qualquer governo será a tirania. Tirania dos mais fortes, dos mais espertos, dos mais ricos, dos mais corrutos." Brasil 247.

Sobre a loucura com método da Lava Jato

Nassif: Como a Lava Jato foi pensada como operação de guerra[contra o PT]

http://jornalggn.com.br/noticia/como-a-lava-jato-foi-pensada-como-uma-operacao-de-guerra

A Lava Jato usa as técnicas do Direito Penal do Inimigo, sobre o tema fiz uma busca na web(clique aqui )

O contraponto do Direito Penal do Inimigo é o Direito Achado na Rua, inspirado no saudoso jurista Roberto Lyra Filho, segue link para resultado de busca na web ( Clique aqui )

Direito Penal do Inimigo: da Alçada à Lava Jato

A Lava Jato sob a insignia do Direito Penal do Inimigo,,.,quer dizer, aos aliados da mídia, o Direito Penal do Cidadão, quer dizer, do amigo...

http://jornalggn.com.br/blog/jose-carlos-lima-spin/direito-penal-do-inimigo-da-alcada-a-lava-jato


Video-aula Direito Penal do Inimigo, por Alexandre Salim

http://jornalggn.com.br/blog/spin-ggnauta/direito-penal-do-inimigo-por-alexandre-salim


GGN: O incrível mundo paralelo da Operação Lava Jato

da CartaCapital

Exclusivo Meire Poza é pivô de provas ilegais na Lava Jato, indicam documentos

A maior investigação da história pode ter passado por cima da lei em nome da justiça, mostram bastidores da operação

http://jornalggn.com.br/noticia/o-incrivel-mundo-paralelo-da-operacao-lava-jato

Gente, que vergonha, o MPF não pára de pagar mico, de novo aquele procurador, parace que a Veja passa essas bolas enviadas para eles e os figuras topam...é que viralizou na rede e no zapzap esse factóide dos ônibus cheio de bolivianos que teriam vindo se juntar aos protestos anti-golpe...e nao é que o MPF acreditou... se não, agiu de má fé...

Procuradores do MPF  pagam mais um mico e entram com ação em cima de um boato
Olá doutores, vê se se ligam

Najla Passos disse:
8 horasBrasilia, DF, Brasil
Uma possível ruptura democrática no Brasil afetará cada um dos países da América Latina. Mas a PF decidiu, seletivamente, que nossos hermanos não podem vir prestar solidariedade aos lutadores brasileiros, sob pena de serem presos e deportados!
Por que será que a PF não deixa de mimimi e vai investigar quem são os estrangeiros que estão financiando os movimentos golpistas? 


Invasão boliviana é farsa armada pelos golpistas


Cinco posts relacionados ao tema geopolítica, boa leitura

1-  Vídeo: EUA de olho na estratégia de defesa do BRASIL! acorda brasil!!



Os americanos, conforme mostra o video que você pode ver no link abaixo e tire suas próprias conclusões.



2-  A prisão do pai do programa nuclear brasileiro


Em 2008 os EUA não estavam gostando nada dessa história de Brasil avançando nas várias áreas do desenvolvimento, da geopolítica, da defesa e do comércio exterior.  O Tio Sam imaginou que o comandante Othon não daria conta de executor o projeto do submarino movido a propulsão nuclear, só que deu conta e, exatamente por isso, os EUA entregaram a Janot/PGR, quando este esteve naquele pais para ajudar a Justiça Americana a detonar a Petrobrás, ele(Janot), recebeu das mãos de agentes do Tio Sam informações que levaram à prisão do comandante Othon, que se encontra na Guatánamo Moro, onde o direito ao habeas corpus encontra-se suspenso. Como os EUA pensam antes de tudo nos seus interesses nacionais, jamais prenderiam um cientista como o Comandante Othon, em sendo provado algum crime, seria aplicado outro tipo de punição mas não a prisão, é o que fazem por exemplo com mega-empresas que cometem fraudes e crimes: são punidas com multas bilionárias, jamais com o fechamento como a Lava Jato tem feito com as empreiteiras brasileiras, com a indústria naval e  nuclear.

http://jornalggn.com.br/noticia/a-prisao-do-pai-do-programa-nuclear-brasileiro




3- Golpistas querem  que o Tio Sam diga que golpe não é coisa de república bananeira.





A reboque de Michel Temer, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) empreendeu viagem a Washington (EUA) com a finalidade de arrancar de políticos e autoridades do governo americano declarações concordando que a retirada de uma presidente da República do cargo sem crime de responsabilidade não é golpe; Temer, que nas últimas horas tem perdido deputados pró-impeachment na Câmara, ficou irritado com a condenação do golpe pelo secretário geral da OEA, Luis Almagro, e tenta contraofensiva; missão de Aloysio inclui encontro com Thomas Shannon, subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado e ex-embaixador em Brasília; golpe tupiniquim, apoiado pela mídia brasileira, causa estupefação nos maiores jornais do mundo; New York Times e El Pais estão chocados com o fato de uma presidente honesta poder ser afastada por corruptos como Eduardo Cunha, que ontem foi denunciado por mais uma propina: desta vez, de R$ 52 milhões.

247 - O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, viaja a Washington (EUA) nesta semana a mando do vice-presidente Michel Temer, com a finalidade de dizer a legisladores e autoridades do governo americano que a retirada de uma presidente honesta por "pedaladas fiscais", recurso utilizado até pelo presidente Barack Obama, "não é golpe".


Temer teria ficado irritado com as declarações contrárias ao impeachment, feitas por Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), e Ernesto Samper, Secretário Geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Segundo a nota da OEA, não existe uma acusação penal contra a presidente, apenas de má gestão de contas públicas e que esta é "uma acusação de caráter político, que não justifica um processo de destituição" (leia mais).
Em Washington, a agenda do senador tucano, que candidato derrotado a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, vai se encontrar com Thomas Shannon, subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado e ex-embaixador em Brasília; com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA, Bob Corker, e com empresários americanos em almoço organizado pelo Albright Stonebridge Group, da ex-secretária de Estado Madeleine Albright, muito próxima da presidenciável Hillary Clinton. 
"Vamos explicar que o Brasil não é uma república de bananas, as instituições funcionam e os direitos são respeitados, ao contrário do que petistas vêm dizendo", disse Nunes à jornalista segundo Patrícia Melo Campos.
Em contra-ataque às declaraçãoes de Luis Almagro em defesa da democracia brasileira, Aloysio Nunes disse que a vinda do Secretário-Geral da OEA ao Brasil, às vésperas da votação do impeachment pela Câmara dos Deputados, é um gesto oportunista, que, em nada contribui para amainar a crise no Brasil. 



http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/226356/Aloysio-quer-que-o-Tio-Sam-diga-que-golpe-n%C3%A3o-%C3%A9-coisa-de-rep%C3%BAblica-bananeira.htm



4- O estranho silêncio de Washington e como o Brasil ficará menor se o golpe for aprovado domingo

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por Luiz Carlos Azenha
Nova York, anos 80. Eu era correspondente da TV Manchete. O grupo imobiliário japonês Mitsubishi compra 50% do Rockefeller Center, um símbolo turístico e empresarial dos Estados Unidos. A imprensa local não perdeu o simbolismo do fato, que veio na esteira de outros investimentos japoneses nos Estados Unidos. Sobrava poupança no Japão.
Um livro havia atiçado o nacionalismo dos norte-americanos: Japão como número um, de Ezra Vogel. Era a ameaça amarela, apresentada agora em tons mais diplomáticos. Falar em declínio dos EUA é garantia de capturar a atenção da opinião pública.
Por trás daquela onda semi-xenofóbica, havia um interesse claríssimo, expresso muitas vezes nas capas de jornais, especialmente no grande diário de negócios, o Wall Street Journal.
Empresas americanas queriam abrir o mercado japonês. O argumento era de que, enquanto o grupo Mitsubishi podia comprar livremente o Rockefeller Center (um negócio que provou-se péssimo), empresas como o Walmart enfrentavam barreiras para entrar no Japão, que dava vantagens aos donos de biroscas locais.
Resumo do filme: eram norte-americanos estimulando uma onda sobre a ascensão inevitável do Japão — com a consequente decadência dos Estados Unidos — para cobrar concessões do governo japonês. Fique registrado: as previsões provaram-se estapafúrdias e os anos 90 foram a década perdida para os japoneses.
Passei, ao todo, quase 20 anos nos Estados Unidos. Glen Burnie, Maryland. Manhattan, Queens, Roosevelt Island, Nova York. Bethesda, Maryland (nas cercanias de Washington).
Testemunhei mais de uma vez o fenômeno que descrevi acima: o estímulo ao nacionalismo com o objetivo de extrair concessões de parceiros econômicos. Hoje, a promessa mais importante do candidato republicano Donald Trump é jogar duro com China. Logo a China, que com sua mão-de-obra massiva e barata ajudou a salvar o capitalismo.
Por outro lado, em minha carreira de correspondente não me lembro de ter feito uma única reportagem em que norte-americanos tenham atirado concretamente contra seus próprios interesses.
Cobri, por exemplo, o escândalo dos gastos do Pentágono, que são denunciados desde os anos 80.
O mais famoso episódio foi o da tampa de privada pela qual uma empreiteira teria cobrado 640 dólares. Na verdade, tratava-se de um lavatório para um avião. Exageros à parte, é aceito nos Estados Unidos que existe um conluio entre parlamentares, fornecedores do Pentágono e o Departamento de Defesa. As instalações militares se espalham por centenas de distritos eleitorais, garantindo intercâmbio de verbas e votos.
Apesar disso, a atuação do FBI em casos de corrupção é absolutamente discreta. Uma busca e apreensão na sede do Pentágono, transmitida ao vivo com helicópteros pelas redes ABC, CBS e NBC, é inimaginável. Não porque não haja corrupção. É porque jamais os Estados Unidos exporiam suas estranhas em público para o mundo, com repercussões óbvias para a política externa. Discrição, sempre, é o que rege o aparelho estatal.
Acreditem: mesmo para experientes jornalistas norte-americanos, extrair um documento oficial vazado por uma autoridade é uma impossibilidade. Acima da luta política, estão os interesses coletivos. Não é por acaso que eles começaram na costa Leste da América do Norte e acabaram no Alasca.
ESCOLA DAS AMÉRICAS x ESCOLA DE PROMOTORES E JUÍZES
Fundada em 1946, funcionando inicialmente em uma base militar no Panamá, a Escola das Américas ficou famosa. Seu objetivo, na guerra fria, era estabelecer uma relação próxima entre as elites militares dos Estados Unidos e de todos os países da América Latina. Teve um papel crucial no futuro do continente. Através dela, Washington desenvolvia assets, o jargão utilizado para definir aliados que podem ter um papel crucial para a política externa do país.
As relações desenvolvidas na escola foram essenciais para a influência de Washington em todo o seu quintal, especialmente na instalação de ditaduras anticomunistas nos anos 60 e 70.
Porém, vivemos novos tempos. Ditaduras como aquelas não interessam mais. Vivemos no mundo do consenso forjado pela cultura e pela mídia.
Hoje, como está comprovado pela análise das várias revoluções de veludo que aconteceram no entorno da ex-União Soviética e no Oriente Médio, a influência externa na política local se dá através da sociedade civil, notadamente da atuação de jovens via internet.
Os Estados Unidos têm uma longa história de diplomacia civil. É o outro lado das operações clandestinas. Não se trata de comprar corações e mentes, mas de naturalizar a hierarquia que coloca Washington sempre numa posição superior — política, diplomática, econômica e culturalmente.
Hoje os Estados Unidos são os maiores interessados na cooperação internacional com promotorias de outros países.
Há vários motivos para isso. Em primeiro lugar, é preciso forjar uma legislação internacional razoavelmente homogênea que reduza os custos de atuação das grandes corporações. É um consenso que interessa a Washington construir, à sua imagem e semelhança. É o arcabouço jurídico de um governo mundial sob tutela dos Estados Unidos.
Em segundo lugar, existe uma óbvia assimetria que favorece os Estados Unidos. O país dispõe de um aparato policial e de inteligência que é mastodôntico. Passa pelo FBI, pela CIA, pela National Security Agency (aquela que ouviu conversas de líderes mundiais, inclusive de Dilma Rousseff) e pelo Departament of Homeland Security.
Quais foram as situações concretas em que estas agências ajudaram o Brasil a investigar, por exemplo, as atividades da Boeing ou da Chevron?
É de uma obviedade gritante: a capacidade dos Estados Unidos de investigar e denunciar a corrupção alheia é infinitamente maior que a de qualquer outro país em fazer o mesmo em relação a empresas baseadas nos Estados Unidos.
Não há como garantir que esta “colaboração” não seja assimétrica ou politicamente dirigida. Vivemos na Era da Informação — os Panama Papers que o digam.
Será que teremos Delaware Papers? Delaware, para quem não sabe, é um paraíso fiscal onde estão instaladas as sedes de grandes corporações norte-americanas, que assim tiram proveito de vantagens fiscais.
Por outro lado, o Ministério Público Federal vai ajudar os Estados Unidos a processar nossa maior empresa, a Petrobras. Executivos da Embraer serão acionados no Brasil por pagar propina na República Dominicana. O almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, pai do programa nuclear brasileiro, foi preso por determinação do juiz Sérgio Moro. Dados relativos a operações da Eletronuclear se tornaram públicos.
Não, em nenhum momento apoiamos a corrupção ou o acobertamento de corruptos. Porém, o MPF e a Justiça brasileira não podem desconsiderar os aspectos geopolíticos de sua atuação. O mundo mudou. Estamos todos interconectados. A guerra de informação deixou de ser algo dos livros de ficção.
Por isso, é preciso agir sempre com ponderação, com discrição e sem espetáculo. Nunca em defesa dos corruptos, mas da preservação de algo que vai além da presunção de inocência: há grandes interesses econômicos em jogo e a ingenuidade pode custar caríssimo.
Exemplo? Uma empresa tem como um de seus principais bens a imagem que ela é capaz de projetar no mercado internacional. A maior construtora brasileira, capaz de competir por obras em todo o mundo, será enterrada pela Operação Lava Jato. Mas a Odebrecht não operou no vácuo, como ficou demonstrado na contabilidade paralela que oJornal Nacional omitiu: políticos de praticamente todos os partidos operaram em cumplicidade com a empresa.
É preciso acabar com a prática, não destruir a empresa.
O IDEALISMO DO JUIZ MORO
O juiz Sérgio Moro é obcecado por botar abaixo o sistema político brasileiro. Isso está claro nas próprias palavras que escreveu sobre a Operação Mãos Limpas. Seria uma impossibilidade se o sistema político fosse de fato representativo e não estivesse corrompido por relação promíscua com os grandes financiadores.
Porém, o método “revolucionário” de Moro pode, ao fim e ao cabo, trazer mais danos que benefícios ao Brasil. Assim como o MPF, o juiz desconsidera circunstâncias geopolíticas e econômicas num momento de profunda crise mundial.
Além de apaixonado pela Operação Mãos Limpas, o juiz Moro também demonstra uma grande admiração pela Justiça dos Estados Unidos.
Em seus textos e despachos, ele frequentemente cita decisões tomadas por juizes americanos.
Citado pelo Washington Post, o advogado Carlos Zucolotto, amigo de Moro, disse ao jornal que o juiz do Paraná tem admiração pelo rigor e eficiência da Justiça dos Estados Unidos. “Ele está transmitindo uma experiência da cultura norte-americana, de como os advogados de lá se comportam em processos como este”, disse Zucolotto ao jornal.
Devemos dar um desconto ao amigo de Moro, que pode ter ficado entusiasmado ao dar entrevista ao jornalista Dom Phillips. Porém, é improvável que as breves passagens de Moro pelos Estados Unidos tenham dado a ele insight sobre o funcionamento real do sistema.
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Minha primeira reportagem nos Estados Unidos foi sobre o assassinato do mafioso Paul Castellano diante da churrascaria Sparks. Era, por sinal, a preferida de Paulo Francis, que costumava dizer que os mafiosos sabiam comer bem.
Cobri todo o desmanche da máfia de Nova York nos tribunais. Não foi um espetáculo bonito de se ver, com óbvio cerceamento de defesa em nome de um “bem maior”.
O promotor Rudolph Giuliani tinha claras pretensões políticas quando enfiou na cadeia o chefão John Gotti.
Giuliani sempre adorou uma prisão espetaculosa que não dava em nada, por falta de provas. Tornou-se, lá adiante, prefeito de Nova York.
Provavelmente, Moro idealizou a Justiça norte-americana da mesma forma que idealizou a Operação Mãos Limpas.
A realidade é que a Justiça dos Estados Unidos, que conheci na intimidade durante a cobertura de dezenas de casos, encarcera negros de uma maneira desproprocional e condenou dezenas de pessoas à morte com provas questionáveis.
Desde os atentados às Torres Gêmeas, em 2001, advogados de defesa foram acusados de colaborar com réus em casos relacionados ao terrorismo. Os EUA têm uma tradição de advocacia radical, que desafia o Estado. Entrevistei Lynne Stewart, que foi presa por supostamente transmitir mensagens de um réu a seus colaboradores. No futuro vai provar-se que ela foi vítima de intimidação estatal, vigilantismo contra o direito de defesa.
Note-se que, na Lava Jato, Moro foi informado por uma empresa de telefonia que gravava um escritório inteiro de advogados, pertence a Roberto Teixeira, que representa o ex-presidentre Lula. Mesmo informado, não recuou. Está claríssimo que Moro está disposto a solapar garantias constitucionais — neste caso na relação advogado-cliente — para atingir seus objetivos.
NÃO HÁ MAIS BOBO NO FUTEBOL
A viagem que o Departamento de Estado bancou para Moro nos Estados Unidos é muito tradicional. São três semanas de imersão na sociedade americana, para troca de conhecimento. Conheço jornalistas que fizeram a viagem, vários. Os convites partem de consulados ou embaixadas norte-americanas, com tudo pago.
O IVLP existe desde os anos 40. É certamente o mais conhecido programa do vasto aparato da diplomacia civil dos Estados Unidos.
Não, as pessoas não são submetidas a lavagem cerebral, nem a hipnose por agentes da CIA.
Repito: trata-se de naturalizar a ideia de que os Estados Unidos pairam sobre o Universo, expressão do Destino Manifesto.
O ex-presidente José Sarney fez a viagem em 1964. A presidente Dilma Rousseff em 1992, quando ainda estava no Rio Grande do Sul. Gilberto Gil foi em 1989 e 1990. Provavelmente para garantir financiamento ao projeto, a turma do IVLP costuma dizer que já levou aos Estados Unidos 335 chefes de governo ou chefes de Estado antes deles assumirem o poder. O que justifica o nome: Programa de Visitação de Lideranças Internacionais.
É um bom augúrio para o candidato Moro, se ele um dia quiser tirar a toga e encarar a carreira política.
Nas peças de propaganda do IVLP, há menção constante ao ex-primeiro ministro Tony Blair, que britânicos chamavam de “cãozinho de colo” de George W. Bush.
Captura de Tela 2016-04-16 às 01.26.19A descrição dos objetivos do programa é clara:
O IVLP é o principal programa de intercâmbio profissional do Departamento de Estado. Através de visitas curtas aos Estados Unidos, líderes estrangeiros atuais ou emergentes, numa variedade de campos profissionais, experimentam o país em pessoa e cultivam relacionamentos duradouros com colegas norte-americanos. Os encontros profissionais refletem os interesses dos visitantes e apoiam os objetivos da política externa dos Estados Unidos.
NÃO VIVEMOS NO VÁCUO
Por isso, é importante ter clareza: não vivemos no vácuo.
O ex-presidente Lula, dentro de circunstâncias tornadas possíveis por um boom de commodities, armou com o ex-ministro Celso Amorim uma política externa que, longe de garantir completa soberania ao Brasil, ofereceu ao menos um caminho para que o capitalismo brasileiro tirasse proveito de vantagens geográficas e competisse pelo mercado da América Latina com os Estados Unidos.
A Washington desagrada especialmente a ideia de que a energia da América do Sul — do Brasil, Venezuela e Bolívia — seja utilizada de forma prioritária para induzir o desenvolvimento local.
Como bem sabem os industriais paulistas usuários da energia barata que vem do gás boliviano, sem energia confiável e de valor razoavelmente previsível, não há futuro.
O controle das fontes e a determinação do preço desta energia é central para a capacidade de competir por mercados, sempre dentro da lógica do capitalismo.
Os Estados Unidos buscam uma diversificação de fontes de energia que os livrem da dependência do petróleo do Oriente Médio. Miram, obviamente, nos lugares geograficamente mais próximos: costa da África e América do Sul.
Venezuela, Bolívia e Brasil têm algo em comum: elites locais associadas ao projeto dos Estados Unidos de contenção dos BRICs, em particular Rússia e China.
Depois do interesse pela energia, há óbvia tentativa dos Estados Unidos de controlar a cadeia tecnológica, essencial para garantir a submissão econômica alheia.
As decisões do Brasil de construir um submarino nuclear em parceria com a França e os caças militares em parceria com a Suécia desagradaram aos Estados Unidos. Foram perdidos negócios imediatos e fornecimento de peças a longo prazo. Perdeu-se o controle do cliente. Para o Brasil, fazia sentido: as decisões se inseriam no projeto brasileiro de exercer sua soberania de forma menos limitada.
Quando se tornou secretária de Estado de Barack Obama, Hillary Clinton prometeu trocar as custosas intervenções militares no Exterior pelo eficaz soft power, do qual o Brasil tem a melhor “tecnologia mundial”, desenvolvida pelo Itamaraty. Há pistas de que isso já esteja acontecendo.
O presidente Barack Obama, depois de visitar Cuba, passou por Buenos Aires para encontrar-se com o novo presidente Maurício Macri, sinalizando a retomada do tradicional jogo dos Estados Unidos na região: equilibrar o Brasil com a Argentina, aproveitando-se da antiga desconfiança que o Brasil desperta na vizinhança, por seu tamanho e potencial econômico.
O silêncio de Obama, que fez apenas uma referência anódina à crise brasileira, é sintomático de algo maior e muito mais importante: o desabamento daquela arquitetura diplomática projetada por Lula, Celso Amorim e o Itamaraty, se acontecer, deixaria o Brasil menor. No cruel jogo de poder que existe nos bastidores sorridentes da diplomacia, um Brasil menor interessa aos Estados Unidos. Grosseiramente, seria o equivalente a vencer uma guerra sem dar um único tiro. É o que pode acontecer domingo, se aprovado o processo de impeachment.
Leia também:


5- Quem financia os protestos 

Só no ano passado, o Estudantes pela Liberdade no Brasil (fundador do Movimento Brasil Livre) recebeu cerca de R$ 300 mil de organizações como a Atlas e a Students for Liberty por Francisco Toledo
CC FELIPE MALAVASI/DEMOCRATIZE
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Liderança da juventude conservadora do Brasil, Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre. Independentes mas nem tanto
Democratize – Em 2013, em uma das primeiras manifestações do Passe Livre a qual tive a oportunidade de cobrir como fotojornalista, acabei conversando com May Vivian, uma das lideranças do movimento na época, em São Paulo. Conversa vem e conversa vai, enquanto a manifestação caminhava, ela me disse: "O movimento faz vaquinha pra conseguir arcar com as faixas e as demais intervenções. Juntamos umas 20 pessoas, cada uma dá 20 reais, a manifestação tá pronta".
Na época, muitas teorias existiam sobre como os protestos contra o aumento da tarifa no transporte acabaram se tornando uma revolta popular, levando milhões de pessoas durante semanas para as ruas. Nada concreto.
Hoje, o protagonista é diferente. Movimentos como o MBL e Vem pra Rua, possuem táticas e um modo de organização completamente fora dos padrões do Passe Livre. Claro, o financiamento de suas ações também faz parte disso.
Em reportagem da Agência Pública no ano passado, o diretor executivo do Estudantes pela Liberdade (EPL), uma espécie de braço brasileiro da organização Students for Liberty, deixou bem clara a ligação entre eles e o Movimento Brasil Livre:
"Quando teve os protestos em 2013 pelo Passe Livre, vários membros do Estudantes pela Liberdade queriam participar, só que, como a gente recebe recursos de organizações como a Atlas e a Students for Liberty, por uma questão de imposto de renda lá, eles não podem desenvolver atividades políticas. Então a gente falou: ‘Os membros do EPL podem participar como pessoas físicas, mas não como organização para evitar problemas.
"Aí a gente resolveu criar uma marca, não era uma organização, era só uma marca para a gente se vender nas manifestações como Movimento Brasil Livre. Então juntou eu, Fábio [Ostermann], juntou o Felipe França, que é de Recife e São Paulo, mais umas quatro, cinco pessoas, criamos o logo, a campanha de Facebook. E aí acabaram as manifestações, acabou o projeto. E a gente estava procurando alguém para assumir, já tinha mais de 10 mil likes na página, panfletos.
"E aí a gente encontrou o Kim [Kataguiri] e o Renan [Haas], que afinal deram uma guinada incrível no movimento com as passeatas contra a Dilma e coisas do tipo. Inclusive, o Kim é membro da EPL, então ele foi treinado pela EPL também. E boa parte dos organizadores locais são membros do EPL. Eles atuam como integrantes do Movimento Brasil Livre, mas foram treinados pela gente, em cursos de liderança.
"O Kim, inclusive, vai participar agora de um torneio de pôquer filantrópico que o Students For Liberty organiza em Nova York para arrecadar recursos. Ele vai ser um palestrante. E também na conferência internacional em fevereiro, ele vai ser palestrante"
Mas do que se tratam essas organizações como o Students for Libert e a Atlas?
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Cartaz do Students for Liberty para Venezuela e Ucrânia
O Students for Liberty conta com uma grande atuação e articulação em países que passaram por tempos de turbulência nos últimos 5 anos, como a Venezuela e Ucrânia.
Na Venezuela, através de outro braço, o Students for Liberty conta com diversos coordenadores regionais, com forte atuação desde o começo da década. Um deles é o economista Oscar Torrealba, um dos favoritos pelos jornais venezuelanos. Figura confirmada nas análises do jornal El Universal, um dos meios de comunicação mais de oposição ao chavismo no país latino-americano.
A atuação do braço do Students for Liberty na Venezuela dentro das universidades foi um verdadeiro impulso para que os protestos acabassem eclodindo no ano de 2014.
Foi a atuação dos estudantes dentro das universidades que acabou influenciando as gigantes manifestações naquele ano na Venezuela.
Em 6 de fevereiro, estudantes da Universidade Católica de Táchira atuaram atacando residências. Dois dias depois, mulehres vestidas de preto e alunos de Táchira, Zulia, Caracas e Coro protestaram contra a prisão de colegas. No dia 12, foi a vez dos grandes protestos tomarem corpo no país. Tudo isso ocorreu cerca de 12 dias depois do político oposicionista ao governo, Leopoldo López, organizar pessoalmente com estudantes universitários os protestos.
Desde o começo dos anos 2010, a atuação de ONGs estrangeiras - principalmente norte-americanas - tem se tornado uma tática favorável para a oposição aos chavistas na Venezuela.
Em 2008, o Instituto Cato, com base nos Estados Unidos, concedeu cerca de 500 mil dólares ao estudante Yon Goicoechea, pelo seu papel na mobilização de protestos contra a suspensão da emissora privada RCTV, uma das maiores do país.
Ao mesmo tempo, uma quantia considerável, de 45 milhões de dólares, foi investido anualmente por instituições norte-americanas a grupos oposicionistas na Venezuela, para programas de "desenvolvimento juvenil". Uma das instituições que recebe parte desse valor anualmente é o braço direito da Students for Liberty na Venezuela, que conta com uma forte atuação nas universidades.
A partir de 2010, com suporte financeiro e apoio estrangeiro, estudantes de oposição criaram a JAVU (Juventud Activa Venezuela Unida). Desde então, ensaiaram de diversas formas uma grande mobilização como a que ocorreria quatro anos depois.
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Membros da JAVU em coletiva de imprensa
Em 2011 fizeram greve de fome em apoio aos "presos políticos". Em 2013 realizaram manifestações do lado de fora da Embaixada de Cuba, exigindo o retorno do então presidente Hugo Chávez, que estava em Havana realizando quimioterapia. Posteriormente, continuaram os protestos para desafiar o resultado da eleição presidencial de abril daquele ano.
Não por acaso, Yon Goicoechea e o Instituto Cato possuem contato direto e influência dentro do Students for Liberty. E assim como o Movimento Brasil Livre, o JAVU é visto como uma célula de atuação dentro das universidades e em protestos públicos pela Students for Liberty na Venezuela.
E mesmo assim, precisamos de doações
Mesmo com o investimento pesado de organizações estrangeiras no EPL do Brasil, que são repassados para sua célula de atuação nas manifestações (o Movimento Brasil Livre), seus organizadores ainda solicitam doações para a mobilização de protestos e intervenções.
Recentemente, o MBL solicitou doações no nome do próprio Kim Kataguiri, com sua conta no banco. Algo que, em teoria, poderia ser feito para a conta do EPL no Brasil, já que a organização tem recebido grandes doações desde o ano passado, partindo de ONGs estrangeiras.
FERNANDO CONRADO / DEMOCRATIZEkim2.jpg
Kim Kataguiri ao lado do mega-empresário Jorge Gerdau
Mas, por conta do discurso de "independência financeira e política" do MBL, algo assim não poderia ser feito sem questionamentos. Ainda mais após seus apoiadores saberem que, mesmo depois de receber R$300 mil no ano passado, o movimento ainda pede colaboração financeira de manifestantes pró-impeachment.

obamabrazil

Com os fundos para programas de bem-estar secando, em plena recessão global, a velha elite, com ajuda dos EUA, está outra vez usando a linguagem da anticorrupção para repor os pés na região e desestabilizar governos de esquerda eleitos na América Latina
por Vijay Prashad, The Hindu / Tradução: Coletivo Vila Vudu
Velhos perigos, todos bem conhecidos rondam pelas esquinas da América Latina. Mais de uma década de esperança – corporificada nos experimentos sociais na Venezuela – parecem agonizar. A 'maré rosada' de vitórias eleitorais, da Venezuela à Bolívia e para cima, até a Nicarágua, parecem estar em período de maré vazante. A Velha Direita rejeitou os estertores e a gritaria dos militares, trocados pela fala melosa do que chamam de "anticorrupção". Os bolivarianos da Venezuela – a face atual da esquerda naquele país – perdeu as eleições parlamentares; a Bolívia de Evo Morales decidiu não alterar a Constituição para dar ao presidente um quarto mandato presidencial. O eleitorado Argentina rejeitou a Esquerda Peronista, para eleger a direita dos banqueiros. E no Brasil o governo de Dilma Rousseff padece sobre a violenta hostilidade das mídia-empresas monopolistas e do establishment conservador.
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http://www.ocafezinho.com/2016/04/14/america-latina-gelado-vento-de-golpe-sopra-do-norte/



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